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3.29.2009

História de Alfândega da Fé:

A Alfândega (da Fé) é um nome de origem árabe que a localidade deve ter adquirido entre os séculos VIII-IX. É muito possível que já anteriormente ela existisse e a sua verdadeira origem tenha sido um povoamento castrejo, o que não será de admirar, até porque na área do concelho existem vestígios de povoamento romano e até anteriores. A designação “da Fé” que se juntou ao nome original surge em data incerta, (mas já aparece no Foral de D. Dinis) seguramente por via popular e ligada à interessante lenda dos “Cavaleiros das Esporas Douradas”, que reflecte a bravura dos cristãos na luta contra o infiel, apoiados, na batalha decisiva de Chacim, por Nossa Senhora de Balsemão. De qualquer forma, existe hoje a convicção de que durante o período da ocupação árabe foi sede administrativa com alguma importância de uma região designada “Valiato de Alfandica”, mas a sua história, em termos da nossa Nacionalidade, só é verdadeiramente reforçada em 1294, (8 de Maio) ano em que D. Dinis lhe concede carta de foral que, entre outros aspectos, define os primeiros limites geográficos do concelho. Um ano depois (17 de Setembro) o mesmo monarca concede-lhe carta de feira, do mesmo tipo da Covilhã, mas com a particularidade de obrigar que a referida feira se realizasse depois da de Mogadouro e antes da de Mirandela; a carta de feira foi novamente passada por D. João I, a 13 de Janeiro de 1401. Foi ainda D. Dinis que em 1320 mandou reconstruir o seu castelo. A forma como Rui de Pina, na Crónica de Dinis, descreve esta reconstrução tem levantado algumas dúvidas de interpretação, uma vez que permite levantar a hipótese de a localidade árabe não se ter situado no local onde se encontra a actual Alfândega da Fé: “Ano de 1320. Povoou de novo e fez os castelos de Vinhais, Vila Flor, Alfândega, que mudou para o lugar onde agora está que se chamava antigamente cabeço de S. Miguel”. Em 1385 D. João I obrigou os moradores de Alfândega da Fé a trabalhar na reconstrução dos muros de Torre de Moncorvo, talvez como “castigo” pelo facto de a vila ter tomado partido por Castela. Este seria também o primeiro monarca a passar por Alfândega da Fé, na viagem que no ano de 1396 o levou a Torre de Moncorvo e Bragança. Outro dado relevante, ainda no século XV, é a criação, em 1498, da Misericórdia de Alfândega da Fé. Dos séculos XVI a XVIII existem ainda menos dados históricos sobre a localidade e o seu concelho, sabendo-se que em 1510 D. Manuel I lhe concedeu novo foral, que altera os limites geográficos do concelho medieval, aumentando-o em área. No século XVI a vila estava despovoada, não possuindo sequer uma centena de fogos, (entende-se assim a simplicidade na construção da Ermida de S. Sebastião, hoje capela com o mesmo nome) situação que pouco se alterou pelo menos até à primeira metade do século XVIII, uma vez que a sua população, na época, não ia ainda além dos 150 vizinhos.Luís Álvares de Távora intitulava-se então senhor de Alfândega. É desse tempo a construção da ponte de Zacarias e seguramente o princípio do fim da povoação com o mesmo nome, a acreditar num documento do século XIX que refere a forma como a família dos Távora conseguiu os terrenos daquela zona. Dos Távora restam poucos elementos da sua presença no concelho: a casa que possuíam na vila foi sendo transformada com o passar dos anos e o que resta não revela grande traça arquitectónica, merecendo apenas registo aquilo que se supõe ser o campanário da capela, actualmente na Capela de S. Sebastião e o portal da entrada, também deslocado para uma casa particular; existe ainda um brasão picado (de Bispo) que pode ter pertencido à mesma família. Pelo que se deduz da leitura de algumas passagens do Tombo dos Bens do Concelho (1766), o castelo da vila terá sido destruído entre os séculos XVII e XVIII, sendo a pedra (xisto), utilizada para construir habitações; restou aquilo que hoje se chama Torre do Relógio e que constitui o ex-líbris da localidade. A vila e o seu concelho ganharam novo folgo a partir da segunda metade do século XVIII, em boa parte pelo incremento da criação do bicho da seda, que no século seguinte, em 1870, atingiu o seu auge, com uma produção de 17,2 toneladas! A par da agricultura, que ainda hoje se mantém como a mais importante actividade económica do concelho, foram-se desenvolvendo algumas indústrias artesanais, (quase todas extintas na actualidade), como a moagem de cereais, os pisões do linho, o fabrico da cal e da telha, os lagares de azeite e a cestaria (estas duas últimas actividades ainda existem, a primeira em termos modernos e industriais e a segunda como actividade artesanal). Este moderado desenvolvimento (inclusive demograficamente, uma vez que entre 1862 e 1920 a população da vila andou sempre pelos mil habitantes e a do concelho até decaiu dos nove para os oito mil) manteve-se durante o século passado e a primeira metade do nosso, quer no respeitante aos aspectos económicos, sobretudo na agricultura, com a proliferação das “Quintas” e o aproveitamento da vinha durante o período em que a Região Demarcada do Douro abrangia uma parte significativa do concelho, quer ainda na construção de algumas infra-estruturas, sendo disso exemplos a construção da estrada distrital que ligava a Macedo de Cavaleiros, a construção da cadeia municipal (1871) e a ampliação dos Paços do Concelho, que são os actuais, a reconstrução das pontes de Zacarias e do Arquinho (1864), a construção da ponte de Alváz (1884), da primeira escola primária (1866), do cemitério (1882), o calcetamento de várias ruas da vila (1884/85) e a reconstrução da Torre do Relógio (1884), A primeira rede de água domiciliária, na vila, veio mais tarde, nos anos trinta do nosso século, e seria ainda por essa altura que se construiria a Central Eléctrica e as “fossas sépticas”, que serviam igualmente apenas a sede do concelho. As vias municipais asfaltadas surgiram bem mais tarde, assim como a recuperação da antiga estrada distrital (já transformada em nacional) e a nova ligação a Macedo de Cavaleiros, pela serra de Bornes (anos 60). Politicamente, o século XIX teve momentos bastante importantes, alguns dos quais bem agitados. As primeiras Posturas Municipais são de 1838/39, em pleno período “Setembrista” e as de 1821 constituem um exaustivo trabalho jurídico digno de registo. Logo em 1822 foi criada a Sociedade Patriótica, de inspiração liberal, mas as crises políticas do primeiro liberalismo, até à Regeneração, foram localmente lideradas pelo Morgado de Vilarelhos, Bacharel Francisco António Pereira de Lemos, que para além de ter sido Presidente da Câmara em vários mandatos foi deputado às Cortes. Era “Setembrista” convicto e dele ficaram algumas memórias que definem um carácter forte e influente, ao mesmo tempo que conseguia granjear apoios junto da população mais pobre do concelho. Um neto seu, Joaquim Cândido de Mendonça, seria mais tarde o fundador da primeira Comissão Municipal Republicana, em 1908; jovem ainda, a iniciar igualmente o conhecimento das leis lá por Coimbra, acabaria por não ver nascer a República, tendo falecido uns dias antes, ao tentar salvar um empregado que caiu a uma cuba de vinho. Mas o século XIX escreveu também a página mais negra da história do concelho de Alfândega da Fé. Depois de mais duas alterações dos limites do concelho, em 1852 e 1855 (esta última corresponde à situação actual), acabaria por ser extinto por decreto de 24 de Outubro de 1895, por razões meramente políticas e administrativas, como veio a provar-se. A revolta da população foi generalizada e em alguns casos violenta. Vale a pena referir dois nomes que se destacaram na defesa da restauração do concelho: o Dr. Ricardo d’Almeida, natural de Vila Flor, mas a exercer medicina em Alfândega da Fé, que assinou um manifesto que foi um verdadeiro apelo à luta (reflectindo já algumas ideias republicanas que circulavam no concelho) e o Pe. Manuel Pessanha, que em 1897 publicou um livro intitulado “Alfândega da Fé” no qual, demonstrando a importância da história do município, denuncia as razões puramente políticas da sua extinção, reclamando do novo governo então formado, a sua restauração. Assim veio a acontecer, no dia 18 de Janeiro de 1898. Mas a afronta não foi esquecida e essa é certamente a explicação para o rápido desenvolvimento e até organização dos ideais republicanos no concelho. E se o jovem Joaquim Mendonça não pôde assistir à proclamação da República na sua terra, o que aconteceu a 9 de Outubro de 1910, lá figura, no respectivo Auto, a assinatura do Dr. Ricardo d’Almeida, entre as de muitos outros que estiveram na primeira linha da luta pela restauração do concelho em 1895/98! O concelho mantém hoje os mesmos limites, que vão da serra de Bornes até ao rio Sabor e do planalto de Castro Vicente até ao vale da Vilariça, num total de 310 quilómetros quadrados distribuídos por uma impressionante e surpreendente diversidade de paisagens e de micro-climas que permitem culturas agrícolas tão diferentes como a oliveira, a amendoeira, as cerejeiras, os cereais, a vinha e vários tipos de floresta, actividades que são servidas pelas barragens da Esteveinha, Salgueiro, Burga e Camba. Do seu património histórico-cultural destacam-se a Pedra de Revides, o Solar de Vilarelhos, o Castro da Marruça e outros, a igreja de Sambade, a Capela de S. Bernardino, em Gebelim, a Torre do Relógio e algumas casas brasonadas, para além do Santuário Mariano de Cerejais, obra mais recente mas muito visitada. No campo da ourivesaria religiosa existem várias peças de valor, já estudadas, merecendo especial referência a Cruz de Prata de Valverde, do século XVI. O concelho dispõe hoje de boas condições de vida ao nível dos acessos, do abastecimento de água e da rede de saneamentos básicos, com praticamente toda a população servida com estes serviços, para além de importantes infra-estruturas melhoradas, ou de construção recente, como o Hospital-Centro de Saúde, o Lar e Infantário da Misericórdia, os Bombeiros Voluntários, a Zona Industrial, a Biblioteca Municipal e o Complexo Desportivo da ARA, o Mercado Municipal, a Estalagem da Serra de Bornes e o Parque de Usos Múltiplos. A par da feira quinzenal, cuja existência resulta da antiga feira medieval, realiza-se a feira anual da Cereja, (durante a primeira quinzena de Junho) inserida no programa da festa com o mesmo nome e que actualmente constitui o mais importante cartaz turístico do concelho. Nem seria de esperar outra coisa na terra que tem um dos maiores cerejais da europa e produz cereja da melhor qualidade. Mas em matéria de turismo não pode deixar de se referir a festa das Amendoeiras em Flor e a caça, bem como as inúmeras festas de Verão que se realizam em todo o concelho nos meses de Agosto e Setembro, com destaque para a festa do Mártir S. Sebastião, na vila. Uma passagem por terras de Alfândega da Fé terá todos estes ingredientes históricos, patrimoniais, paisagísticos e humanos; junte-se-lhe a gastronomia, a doçaria e um puro queijo de ovelha com marmelada. É uma receita verdadeiramente irresistível!

Santos populares de Alfândega da Fé:

Alfândega (da Fé) é um nome de origem árabe que a localidade deve ter adquirido entre os séculos VIII IX. É muito possível que anteriormente a este período já existisse algum povoado de origem Castreja, o que não será de admirar, até porque na área do concelho existem muitos vestígios arqueológicos desse e até de períodos anteriores. No entanto, a transformação em concelho medieval só aconteceu com a carta de foral de D. Dinis, datada a 8 de Maio de 1294, o qual viria a ser confirmado por D. Manuel, em 1510. Em 1320 o mesmo rei D. Dinis mandou reconstruir o seu castelo, que era anterior ao primeiro foral e provavelmente construído pelos mouros. Este castelo desapareceu com o tempo. O recenseamento do ano de 1530 já indica o castelo como "derrubado e malbaratado" e nunca mais foi recuperado, muito embora o Tombo dos Bens do Concelho de 1766 ainda identifique os "antigos muros" pelo que, a Torre do Relógio, actual ex libris da vila, e que fica na zona conhecida por Castelo, parece ser o que resta do antigo castelo medieval. Na sede do concelho merecem ainda uma visita a Capela da Misericórdia, a Capela de S. Sebastião, (inicialmente ermida) cujo campanário actual veio da casa dos Távora, de que resta apenas, do original, a porta de entrada da capela familiar, o portal da mesma casa e a Capela dos Ferreiras, com brasão picado, a identificar ligações àquela família.

Sidas:

Sabia que muitos jovens portugueses pensam que a sida é uma doença inventada para modelar comportamentos sexuais? Que outros acreditam que é coisa de homossexuais e toxicodependentes? Que alguns associam a prevenção da doença ao uso da pílula? A informação abunda, mas as crenças sobre a sida entre os jovens são do mais tortuoso que existe. Querer saber mais é uma obrigação de todos.
A informação pode bem ser a arma mais insidiosa de todas. Alguém poderia acreditar que, à entrada do século XXI e na viragem da sociedade da informação para a do conhecimento, centenas de reportagens, debates televisivos e spotsinformativos depois, se pudesse afirmar tão simplesmente que a sida não existe? Que é, quando muito, uma doença de homossexuais e toxicodependentes e, que, no limite, até poderá ser uma invenção elaborada por mentes, sexualmente falando, com intuitos repressivos? Na sua tese de doutoramento sobre as crenças dos jovens acerca da sida, defendida na Universidade de Salamanca, Orquídea Lopes recolheu uma amostra de 1000 adolescentes, entre os 14 e os 16 anos, constatando que 'muitos jovens não acreditam na existência da doença, por não conhecerem (86,9%), realmente, pessoas infectadas'.As atitudes relativamente à sida são complexas e, resumidamente, sintetizam-se do seguinte modo: 'Os jovens estão informados, têm conhecimentos sobre a doença, mas adoptam atitudes erradas', como confirmou Orquídea Lopes, professora do Ensino Secundário, ao EDUCARE.PT. Algumas dessas atitudes passam por confundir o HIV com a sida, por acreditarem que a pílula é uma das formas de prevenir a doença, por avaliarem o parceiro sexual pelo aspecto físico, para daí concluírem que não há risco de contágio.Regra geral, quanto mais informados se afirmam os inquiridos acerca da sida, mais crenças incorrectas têm e menos vontade exprimem de quererem saber mais sobre a doença. Nos homens, o cepticismo relativamente à sida é maior do que nas mulheres. 'Têm a crença que é uma doença que não existe, que é uma moda e que foi inventada só para evitar condutas reprovadas socialmente', detectou Orquídea Lopes.Em Portugal, há 19 mil casos de seropositivos declarados, colocando o País no topo da lista de infectados da União Europeia. Se estes números não bastassem já para nos pôr de sobreaviso, poder-se-ia ainda acrescentar que o grupo etário que apresenta maiores índices de casos se situa entre os 25 e os 30 anos, a maioria dos quais infectados na adolescência. Perante os dados, nem sequer é suficiente arrumar o problema num canto resguardado da memória, com o argumento de que este é um assunto de grupos de risco. É que os heterossexuais constituem o grupo dos segundos mais infectados no País.E, no entanto, os adolescentes inquiridos por Orquídea Lopes (numa amostra que percorreu escolas de 15 dos 18 distritos do País) continuam a acreditar que 'a sida é uma doença dos outros, que a eles nada lhes acontece, que sabem tudo o que é preciso saber sobre a sida, formas de transmissão e prevenção'. Neste imbróglio de crenças incorrectas, informação quanto baste e atitudes erradas, nem a mensagem do preservativo passou. 'Muitos jovens dizem que é caro, que têm vergonha de o usar, que não o usam porque, se o fazem, estão a construir uma relação de desconfiança', explica a autora do estudo. Há que esclarecer, a bem da verdade, que estamos a falar de adolescentes que afirmam não terem iniciado ainda a vida sexual (em 63,3% dos casos), o que nos poderia levar a pensar que a inexperiência explica boa parte das contradições. Contudo, se a maioria afirma nunca ter tido relações sexuais, uma percentagem significativa (39%) admite querer ter em breve, sendo que muitos deles poderão levar para a sua iniciação o manancial de crenças incorrectas. Spots publicitários são 'áridos'Se a informação circula livremente, se por todo o lado se fala na sida, porque é que a mensagem não passa? Orquídea Lopes complementou o estudo sobre as crenças com a análise de 44 spots publicitários e encontrou a resposta para estas dúvidas: "As campanhas publicitárias são muito áridas e não criam empatia com o público jovem".Os anúncios sobre a sida são uma espécie de produto asséptico, sem rostos definidos, com alusões à morte, ao medo, ao pecado, à solidão, dirigidos a toda a gente e a ninguém em especial. O facto de se negligenciar uma das regras de ouro do "marketing", que é a definição de públicos-alvo, leva a que os jovens não tomem as mensagens como algo que lhes diga respeito. Depois de analisar os anúncios portugueses e de os comparar com os de outros países, a autora conclui que "as campanhas não são feitas pela positiva, falam da morte quando essa não é uma realidade que atinge os mais novos".Na verdade, as campanhas informam (embora confundam sistematicamente o HIV com a sida), mas não provocam uma mudança de comportamentos. Além disso, são spots que "têm uma dimensão 'comercial', vendendo a ideia do uso do preservativo como o único comportamento correcto, não promovem valores afectivo-sexuais, não reforçam comportamentos saudáveis, nem visam responder à realidade".Por outro lado, qualquer campanha dirigida a jovens terá sempre que apostar na novidade e promover um discurso positivo. Depois de visionados vários spots, os jovens que participaram na investigação sentiram-se imediatamente atraídos para duas campanhas semelhantes, que entretanto foram retiradas do mercado: o anúncio do "carocha" e o da "igreja", que têm como pano de fundo dois jovens que se acariciam. Quer num, quer noutro, o polícia e o padre questionam: "Ao menos têm preservativo?". O lado radical e divertido da mensagem colou os jovens ao ecrã, criando uma empatia com a situação visionada.As campanhas que despertaram maior afectividade foram "SIDA estou fora" e "Amizade sem limites". Em ambos os casos, os contextos utilizados (bares, música divertida, desportos radicais) estão próximos da realidade dos adolescentes. No primeiro lança-se a ideia de que a vida pode ser divertida sem sida e no segundo questionam-se directamente os mais novos para situações práticas de solidariedade, como: "Se um amigo seropositivo o convidasse para ir ao cinema o que faria?"Se estes exemplos promovem um discurso positivo, têm rostos definidos, apresentam situações do quotidiano e despertam a emoção, outros há, e esta é a regra, que contêm "mensagens confusas, ambíguas e poucos esclarecedoras, que não apontam soluções ou caminhos para os que quiserem procurar informar-se por si próprios", conclui Orquídea Lopes.Falta educação sexual nas escolasA educação sexual, que os estudantes do Ensino Secundário têm vindo a reclamar, é um tema que está relativamente presente no 2.º ciclo do Ensino Básico (sobretudo através de acções de sensibilização), para quase desaparecer a partir do 3.º ciclo e no Ensino Secundário. Para Orquídea Lopes, "os jovens dos 14 aos 16 anos vão perdendo informação com o aumento da idade e na razão directa com o aumento dos comportamentos sexuais".Embora a formação a este nível esteja legislada, não há quem arrisque a pôr no terreno um programa estruturado de educação sexual, que vá para além das acções ocasionais ou da boa vontade de alguns docentes. Nos programas do 8.º ano, a sida aparece referenciada, "mas os professores carecem também eles de informações correctas, limitando-se a traduzir conhecimentos que constam do compêndio adoptado". Tudo somado, os esclarecimentos sobre a sida ou a educação para a sexualidade em geral são remetidos para pontuais actividades extracurriculares.Orquídea Lopes, ela própria professora de Filosofia, após o estudo, concluído em 2002, reforçou ainda mais a sua ideia: a de que a educação sexual tem que estar ligada aos afectos. "Não há uma cultura de educação para os afectos e essa é uma linguagem fundamental", argumenta.Um programa de educação sexual nas escolas teria necessariamente que passar por uma colaboração dos pais, com médicos, professores e alunos. "Não entendo que tenha que ser uma disciplina como as outras, mas antes um complemento, que promova a construção da pessoa", declara esta professora.A educação sexual, segundo a autora, deveria então iniciar-se logo aos 9/10 anos, de forma continuada, adaptando as metodologias e estratégias ao longo dos diferentes níveis de ensino e prolongando-se até aos 16/17 anos. Este projecto, assente em princípios e valores e não só num conteúdo informativo, deveria "informar, ensinar competências, formar e fortalecer a personalidade, ensinar a resistir às pressões, em particular do grupo de iguais e, em geral, do meio social e cultural".Estratégias a seguirUma estratégia de prevenção sobre a sida terá sempre que passar pela construção das tais mensagens persuasivas, dirigidas a públicos-alvo e que modelem comportamentos sexuais preventivos nos mais jovens. Isto a nível mais global (de spots que passam na televisão), porque Orquídea Lopes também sugere um conjunto de caminhos possíveis para trazer a educação sexual e a prevenção de comportamentos para o domínio da eficácia.Uma das vias seria fazer circular os anúncios pelas rádios locais, assim como pelos programas de música mais ouvidos pelos jovens. Outra ideia era integrar os próprios jovens na construção de algumas das mensagens mediáticas, tornando-os uma parte do processo criativo. O mesmo poderá ser feito nas escolas, chegando um pouco mais longe do que os tradicionais cartazes de cartolina, estimulando os alunos a transportar para os spots as suas realidades. Dando-lhes, por exemplo, asas para criar músicas e letras, pôr o material audiovisual ao serviço da educação para a saúde, complementar a elaboração de anúncios com uma lista de pontos de resistência à mudança, diferenciar as mensagens para rapazes e raparigas, apostar na novidade e no movimento.Por fim, para surtirem efeito, ou seja, alterarem comportamentos, as mensagens deveriam passar nos locais que os jovens frequentam, como concertos de música, programas de televisão ou correio electrónico.

Drogas:

Lisboa, 23 Mar (Lusa) - Em 2008 foram capturados em Portugal 180 "correios de droga" por via áerea, podendo cada um, desde a detenção até à expulsão do país, após cumprir prisão, custar em média 80 mil euros ao Estado.
"O custo médio aproximado de um ´correio de droga´, desde a sua captura até à sua expulsão em Portugal, depois de cumprir entre quatro e quatro anos e meio de prisão - que é o que habitualmente acontece em termos de condenação -, será sempre não inferior a 80 mil euros", revelou à Agência Lusa João Figueira, inspector-chefe e porta-voz da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes (UNCTE) da Polícia Judiciária (PJ).
É com base nestes cálculos "médios e aproximados" que é possível entender a observação de João Figueira de que Portugal "gasta uma fortuna no combate à droga", assumindo "custos" relacionados com a detenção, hospitalização, prisão e julgamento destes "correios de droga", cujo produto estupefaciente tinha como destino final, na maioria dos casos, outros países europeus.
O responsável da PJ indicou que em 2008 foram capturados em Portugal, por todas as forças e serviços policiais e aduaneiros, um total de 180 "correios de droga" utilizando a via aérea, quando em 2007 tinha somado 232.
João Figueira explicou que Portugal e Espanha têm uma legislação e uma actuação mais rígida para com os "correios de droga", que passa pela detenção, internamento hospitalar/vigilância quando a droga é transportada no interior do organismo, prisão, julgamento e cumprimento da pena até à expulsão do país, num procedimento que "custa muito dinheiro" ao Estado.
Pelo contrário, há outros países europeus que praticamente "fecham os olhos" ou têm procedimentos mais brandos com os "correios de droga" por causa dos custos.
"Se chegarem 10 ´correios de droga´ num só dia, temos custos enormes. Dez ´correios´ são 20 funcionários da PJ afectos ao assunto. É muito caro", explicou à Lusa João Figueira, observando que não seria possível fazer isso "todos os dias", devido aos custos/meios envolvidos.
A alternativa, já ensaiada por outros países - acrescentou -, é "passar a fazer o controlo" policial e alfandegârio no ponto de embarque (e não à chegada), designadamente em países que fazem parte da rota internacional da droga.
Reconheceu que seria útil e economicamente vantajoso adoptar esta estratégia em colaboração com alguns países africanos, designadamente a Guiné-Bissau, mas tudo depende da receptividade dos Estados por onde passa a rota do narcotráfico.
João Figueira sublinhou que "existe cooperação no combate à droga na Europa, mas não há uma política integrada" nesse domínio, designadamente "em matéria de custos".
"Portugal é dos países que mais gastos faz no combate à droga e que mais resultados tem, no interesse da União Europeia", acentuou.
Em sua opinião, se a União Europeia tivessse uma perspectiva global no combate à droga, isso possibilitaria uma melhor divisão das despesas, numa fase em que Portugal suporta custos elevados com a detenção dos "correios de droga", cujo destino final era, na maioria dos casos, outros países europeus.

Dias Mundiais:

1º de Maio- Dia Mundial do Trabalhador;
1 de Outubro- Dia Mundial da Música;
1 de Junho- Dia Mundial das Crianças;
4 de Outubro- Dia Mundial do Animal;
8 de Março- Dia Mundial da Mulher;
27 de Março- Dia Mundial do Teatro;
14 de Fevereiro- Dia de Sao Valentim;
31 de Maio- Dia Mundial do Nao Fumador;
16 de Abril- Dia Mundial da Voz;
11 de Fevereiro- Dia Mundial dos Infermos;
20 de Outubro- Dia Mundial da Alimentaçao;

Arte Medieval:

Com a conversão de boa parte da Europa ao cristianismo, a partir do século 4, a honorável arte clássica, tida como pagã, foi abandonada com a vitória da nova crença pregada pelos Apóstolos de Jesus.
Muitos dos templos religiosos e prédios públicos dos romanos e dos gregos foram destruídos, abandonados ou reaproveitados pelos cristãos.
Lentamente, das ruínas do passado mundo pagão, um novo estilo começou a ser forjado, uma linha artística e estética que melhor expressou o sentimento religioso dos povos convertidos à Cruz.
I - Arte românica (1000 – 1100)
Num primeiro momento, no tempo da Alta Idade Média, denominou-se a expressão artística daquela época de estilo românico, num período posterior, durante a Baixa Idade Média, foi chamado de estilo gótico. O cristianismo oriental, por sua vez, cuja capital espiritual era Constantinopla (Bizâncio), e que somente sucumbiu mil anos depois da queda de Roma, manteve uma identidade estética própria, conhecida como Estilo Bizantino, que muito influenciou a arte medieval ocidental.
A arte românica foi a arte cristã do Ocidente europeu desenvolvida entre os séculos XI e XII. Ela marcou a ruptura com o período clássico da Era Greco-Romana e serviu como ponte para o estilo seguinte, quando então evoluiu para formas arquitetônicas ditas góticas ou ogivais.
Tornou-se a expressão artística dos tempos dos cruzados, das lutas dos mouros contra os cristãos, da proliferação das Ordens Religiosas, das constantes refregas travadas entre o imperador e o papa, e entre os reis e os barões feudais que tanto empobreceram a Europa.
A construção da época foi fundamentalmente religiosa, pois somente a Igreja cristã e as ordens religiosas possuíam fundos suficientes ou pelo menos a organização eficiente para arrecadá-los e financiar o erguimento de capelas, de igrejas e de mosteiros.
Expressão de um tempo belicoso e inseguro, pobre em atividades comerciais e mercantis, os edifícios da época do românico, além de toscos, assemelham-se à fortalezas. Era uma estética da pedra bruta, de paredes expostas quase sem reboco, com um diminuto número de janelas e interiores geralmente sombrios.

Idade Média:

A Idade Média! "Época de trevas, caos em que se imergiram as luzes da antiga civilização, pulverizada pelo formidável embate dos Bárbaros..."Com estas e outras declamações parece-nos estar ouvindo algum pedante que só tenha aprendido da história o que rezam os manuais franceses, e que da tomada da Bastilha faça datar a carta de alforria do gênero humano.
Pois muito em verdade vos dizemos que pela Idade Média professamos sempre a maior veneração, nela saudando uma das mais férteis e gloriosas quadras do espírito humano.
Se na Idade Média definitivamente se afundou o gênio antigo, foi para abrir lugar às civilizações oriundas do Evangelho e que tinham de alagar o mundo, não para destruí-lo qual novo dilúvio, mas para impregná-lo de futurosas colheitas, como no vale egípcio as inundações do rio benfazejo.
Se a Idade Média foi nalgum momento um caos, confessai ao menos que sobre aquela escuridão pairava o espírito de Deus, a cuja voz não tardou o abismo a estremecer banhado em luz...
Percorramos em brevíssima sinopse as diversas províncias do saber humano, e em todas elas veremos como brilhou o inculcado período das trevas.
Na filosofia brevemente haveremos de aludir a Santo Agostinho, qualificado por Villemain como um dos gênios mais vastos e prontos de que se gloria a humanidade; Escoto Erígena, continuador do neoplatonismo eclético de Alexandria, preparador do realismo escolástico, engenho transviado nos devaneios do panteísmo, mas certamente poderoso engenho e talvez inspirador das atrevidas imaginações de Espinosa; Santo Anselmo, que antes de Bacon proclamou a aliança necessária entre a fé e a razão; Roscelino, seu adversário, e que até à heresia foi arrastado pelo calor na defesa das doutrinas nominalistas; Abelardo, mais célebre pelas suas românticas aventuras do que pelo valor dialético que dele fez um dos primeiros professores da Europa; S. Bernardo, seu infatigável antagonista e de Pedro de Bruys e de Arnaldo de Bréscia, campeão da tolerância em prol dos Judeus perseguidos e que preencheu a vida impugnando cismas, reconciliando príncipes e consolando povos; S. Tomás de Aquino, o Anjo da Escola, cujas obras, no dizer de Cousin, são um dos maiores monumentos erguidos pela humana inteligência, e no concílio de Trento figuraram entre os livros dignos de consulta logo após as Sagradas Escrituras... Para que mais nomes depois destes?
Olhai para as letras. Enquanto lá dentro dos mosteiros e casas pias zelosamente se guardam os primores da antiguidade que, a seu tempo divulgados, devem produzir os portentos da Renascença, cá por fora poeta o povo pela boca dos seus trovadores e minnesingers. Na Alemanha são os Niebelungen, na Espanha o Poema do Cid e o Romancero, em França a Canção de Rolando — pedindo meças todos eles às epopéias homéricas na opulência da invenção e na sublime simplicidade, verdadeiras Ilíadas sem Homero, como acertadamente lhes chamou alguém.
Mais tarde, porém ainda dentro do período medieval, vemos na Itália Dante precedido por seu mestre Brunetto Latini; e Petrarca, ainda medievo, posto que já tomado pelo movimento da Renascença: Dante e Petrarca, isto é, o poema épico e a composição lírica em suas mais arrojadas e formosas construções.
Que diremos então da poesia onde exclusivamente se fazia sentir a inspiração cristã? Dos cânticos de Giovani Mariconi, mais conhecido por S. Francisco de Assis, do Stabat Mater de Jacopone de Todi, ou do Dies Irae de Thomaz Celano, obras primas entre as que mais o são, eternos acentos de piedade ou inextinguíveis gritos de dor, que vão atravessando os séculos e constantemente repetidos pela devoção?
Se das letras nos trasladarmos ao domínio das ciências, a começar pela jurisprudência, haveramos de reconhecer, com Muratori e Savigny, a permanência do direito romano, que, à sombra das instituições eclesiásticas, subsistiu em toda a Europa Medieval de par com as bárbaras leis dos vencedores; e posteriormente assistiremos, na cultíssima Bolonha, e sob o influxo do letrado Irnério, à renovação dos estudos jurídicos e à formação daquela erudita escola que principiou por Acúrsio, o ídolo dos jurisconsultos, para terminar em Bartolo, hoje esquecido, mas que por muitos anos teve após si e suas glosas a longuíssima cauda dos Bartolistas. Em o nosso século das luzes muito pasma que por mulheres estejam sendo cultivados o direito ou a medicina; e todavia, durante a escuridão medieval, Novella, filha de Giovanni d'Andréa, professor bolonhês, substituía o pai na sua cátedra magistral da Universidade, e ali professava o direito, mal escondida por uma cortina que, di-lo ingênuo cronista, tinha por objeto impedir que a gentileza da preletora absorvesse a atenção dos estudantes.
Em Salermo um refugiado, o monge cartaginês Constantino, vertia os autores de medicina gregos e árabes, e assim preparava o florescimento da escola cuja popularidade ainda subsiste, perpetuada por célebre coleção de preceitos sanitários. E aí também com os homens emulavam as damas, de uma das quais guardou a memória Orderico Vital, assegurando que com ela dificilmente competiam os esculápios do seu tempo.
Nem somente na Itália. Na península irmã, a ibérica, que arraigado preconceito nos mostra civilizada pela invasão maometana, está hoje provado que muito ao contrário foram os invadidos que poliram os invasores. A cultura hispano-muçulmana, como pondera o douto catedrático granadense Eguilaz e Yanguas, baseando-se nos estudos de Xavier Simonet e outros, não foi obra dos árabes, mas dos renegados cristãos, judeus e mozarabes que foram primeiro os validos e logo os diretores intelectuais dos emires e califas, a quem forneceram a flor dos poetas, retóricos e historiadores[1]. E que copiosa e esplêndida florescência, essa desabrochada no generoso terreno de Espanha! No palácio de Hescham, o 2o. Ommiada, incompleto catálogo mencionava quarenta e quatro mil volumes. O autor de um dicionário biográfico do XIII século cita mil e duzentos historiadores, cada qual em sua especialidade. Gramática, poesia, eloqüência, política, direito, teologia, ciências naturais — tudo figura nos mil e oitocentos manuscritos da época, ainda hoje conservados na biblioteca do Escorial e insignificantes restos da enorme coleção estragada pelo incêndio de 1672. Eis o obscurantismo da Idade Média na atrasadíssima península espanhola!
Um lance de olhos às belas-artes. Na pintura é Fra Angélico ou Giovanni da Fiosole, rejeitando o arcebispado de Florença, para fazer da pintura uma suprema elevação a Deus, e realizando na miniatura como nas grandes composições o ideal da beleza cristã; são Huberto e sobretudo João Van Eick, criando a pintura a óleo, e cultivando com igual excelência o retrato, a história, a paisagem, os animais e as flores; é, finalmente, Masaccio, o sublime extravagante, em cujos quadros aprenderam Rafael e Miguel Ângelo.
Foi durante a Idade Média que se cobriu a Europa dessas magníficas igrejas, que ainda hoje são o orgulho de tantas cidades: Nossa Senhora de Paris, Santa Gudula de Bruxelas, as catedrais de Burgos, de Toledo, de Estrasburgo, onde em 1277 o arquiteto Erwin atirava a cento e quarenta e dois metros de altura a soberba flecha do edifício; e a Batalha, esse edifício de pedra entoado sobre a vitória de Aljubarrota...
Em 1378 Schwartz revoluciona a arte da guerra, ou inventando a pólvora, como querem alguns, ou ensinando aos Venezianos a aumentar o cumprimento dos canhões; Flavio Gioja descobre ou divulga a bússola e assim depara seguro guia para longínquas viagens; Gutemberg, Faust e Schoeffer operam a transição da gravura de letras para a imprensa de caracteres móveis e espalham pelo mundo os conhecimentos arquivados nos pergaminhos dos eruditos... Que movimento e que luz no malsinado período das trevas!
Se o Renascimento se inicia com as prodigiosas descobertas de Vasco da Gama e de Colomo, não esqueçamos que já em 1448 o sumo pontífice Nicolau V, pela bula Ex injuncto, que figurou na exposição histórico-européia de 1892, fitava os olhos de sua evangélica solicitude nas terras glaciais da Groelândia e aos bispos de Skalholt e de Hola assinalava a existência de povos pagãos e propínquos àquelas regiões. A América, pela Groelândia conhecida em 986, pela Terra Nova percorrida no ano 1000 e ainda pelo Vinland que provavelmente corresponde ao atual estado de Massachussets — a América, dizíamos, é também uma conquista da barbaria medieval.
À Idade Média pertence ainda aquela pensativa e simpática figura de Henrique o Navegador, sobre cujas instruções, de 1419 a 1447, se foram descobrindo Madeira, os Açores, o Cabo Bojador e o Verde, e que em 1438 lançava na escola de Sagres os fundamentos do poderio marítimo português...
Isto pelo caminho do Oceano, pois que por terra e muito antes já Marco Polo atravessava toda a Ásia, desde a Armênia até ao Japão; Rubruquis, enviado por Luís IX para catequizar a Tartária, esclarecia a Europa sobre os costumes dos Mongóis; e Plano Carpino atingia em suas pregações o coração da Tartária, passando além do Kithai ou Kashgar.
Quanto aos progressos da liberdade política, um só reparo e por satisfeitos os danos. Leia-se a Magna Carta, pedra angular do direito constitucional inglês: "Nenhum homem livre seja capturado ou metido na cadeia, ou desapossado, ou desterrado, ou de qualquer modo seja privado de qualquer propriedade sua, ou da sua liberdade ou de seus livres hábitos; nem contra ele iremos, nem o faremos prender, se não pelo julgamento legal dos seus pares, ou segundo a lei do país". Acordava-se nisto em 1215; e preciso é que decorram quase cinco séculos para chegarmos à lei dos suspeitos da Revolução Francesa...
Eis o que foi a Idade Média, tão increpada de obscurantismo, como que para expiar perante o livre pensamento moderno o crime de sua fé cristã, sob cujo amparo realizou tantos e tais cometimentos...

A Arte Gótica:

No princípio do século XII, a Arte Românica começa a transformar-se na Arte Gótica.Tendo aparecido na França, na região de Ile de France, onde se encontra Paris, o gótico desenvolve-se dos séculos XII ao XVI, quando as suas formas são substituídas pelas formas da Renascença (1500 - 1600), que se inspira no classicismo greco-romano. Ao lado do bizantino e do românico, o gótico é assim a última grande arte cristã da Idade Média.Dos anos de 1200 a 1400, a pintura européia pode ser caracterizada por laboriosa libertação de duas influências dominadoras - a dos mosaicos e ícones bizantinos, muito convencionais e rígidos, e das miniaturas, isto é, as ilustrações feitas à mão dos livros medievais, como sabemos igualmente confeccionadas à mão.A arquitetura gótica retirou às paredes a função de sustentação que desempenhavam na arquitetura românica. Não poderia ser, portanto, uma arquitetura favorável ao desenvolvimento da pintura mural. Não oferecia aos pintores as superfícies proporcionadas pelos arquitetos românicos. Por outro lado, no interior das catedrais e igrejas góticas, dificilmente as cores de um quadro ou de um afresco poderiam resistir ao intenso e feérico esplendor dos vitrais, sob constantes mutações luminosas e coloridas, conforme a direção dos raios solares. A aplicação da pintura, nas catedrais e igrejas, atravessadas da luminosidade dos vitrais, faz-se a rigor apenas para realçar partes e elementos da arquitetura. As nervuras dos arcos cruzados, por exemplo, são às vezes pintadas de dourado sobre o fundo azul da superfície das abóbodas. Também recebiam coloridos adequados os capitéis e mesmo as estátuas. A realidade é que nos dois primeiros séculos góticos a pintura não pode ser considerada existente nos monumentos religiosos.Onde iremos encontrá-la, a partir do século XIII, será nos monumentos civis, residências senhoriais, palácios e castelos, cuja arquitetura oferece maiores superfícies. Mas aí passa a sofrer a concorrência dos tapetes na decoração mural. A tapeçaria, desenvolveu-se nos séculos góticos. Além de sua beleza própria, resultante do material e da técnica, o tapete oferecia outras vantagens sobre o afresco, que havia sido a decoração pictória românica. Servia para diminuir a umidade dos muros no inverno, sendo mais facilmente transportável, de castelo a castelo, nas constantes andanças das cortes e senhores.As grandes salas dos palácios e castelos recebiam, porém, ao lado dos tapetes, decorações murais. Muitas desapareceram por obra do tempo ou em conseqüências de reformas e ampliações. No velho Palácio do Louvre, em Paris, no reinado de Carlos V, havia afrescos. No castelo dos Papas, em Avignon, existem outros, executados por Simone Martini, inspirado artista da cidade de Siena, que encontraremos na pintura gótica italiana. Deve acentuar-se que estes afrescos, mesmo nos monumentos civis, começaram a aparecer n século XIV, antes predominava a tapeçariaÀ medida que a sociedade européia começa a emergir da economia agrária e artesanal da primeira Idade Média, para alcançar a economia manufatureira e mercantilista da Renascença, começas também a desaparecer as formas artísticas correspondentes, que na pintura se expressavam justamente pelos estilos românico e bizantino. As influências bizantinas fizeram-se sentir mais no sul e no oriente europeu, ao passo que a das miniaturas nos países do norte. Os pintores nórdicos são mais minuciosos, amigos do detalhe, pouco sintéticos, com se as suas pinturas, iguais ás ilustrações dos livros fossem para ser vistas de perto ou cheiradas, com diria Rembrandt.O pintor gótico do norte da Europa é assim bastante analítico e, pela veemência do sentimento religioso ainda muito simbólico e deformador das imagens da realidade. Mas, está voltado, gradualmente, à observação da natureza, à representação realista do mundo, à base de sensações. Não é mais o místico bizantino ou românico, que representa a realidade à base de sentimentos e idéias religiosas, carregando-se de simbolismo volta a transmitir a ilusão do espaço e do volume, aplicando a perspectiva e o claro-escuro, assim como maior realismo na paisagem e nos movimentos do corpo humano.Na última fase da pintura gótica, nos anos de 1400 a 1500 aparecem os pintores chamados pré-renascentistas, porque anunciadores da Renascença. Distinguem-se por progressiva libertação do convencionalismo bizantino e da minúcia oriunda das miniaturas. Os italianos Giotto (1266 - 1336) e Masaccio (1401 -1428) antecipam essa libertação.Na transição da pintura gótica para a pintura renascentista, ocorre acontecimento de enormes conseqüências na técnica de pintar - descobre-se ou aperfeiçoa-se a pintura a óleo, isto é, as tintas dissolvidas no óleo de linhaça, atribui-se esta descoberta ou aperfeiçoamento aos flamengos chamados Van Eyck, Humbert e Jean (1390 - 1441), autores de obras celebradas pela precisão da análise, segurança técnica, colorido e perfeita conservação ainda hoje.

3.25.2009

A Arte Românica:

A arte romana desenvolve-se durante os quase seis séculos que vão da terceira Guerra Púnica (146 A.C.) ao séc. IV D.C., quando perde a originalidade e se dissolve na cristã-primitiva, e na bizantina. Para sua formação contribuíram elementos gregos e etruscos – principalmente gregos, o que se explica pela conquista de toda a Itália, então sede de inúmeras colônias gregas, pelas legiões romanas (séc. III A.C.). Os romanos, contudo, souberam adaptar tais elementos a seu gosto nacional, e forjaram um estilo que, muito embora derivado, não deixa de ser inconfundivelmente romano. É que subsistiram, em Roma, duas artes, uma de cunho oficial e nitidamente grega, outra de natureza popular, bárbara. A vitalidade dessa arte bárbara, em que predominam elementos etruscos, aproxima-a de certas manifestações artísticas modernas, de que são como que prenúncio. Herdeiros e continuadores da cultura grega, os romanos praticamente nada inovaram em matéria de arte. Mas sua contribuição original dá-se, no campo da arquitetura, na valorização do espaço interno – até então totalmente negligenciado, e na compreensão da dupla importância, estética e estrutural, de elementos como o arco e a abóbada. Por sua forte dose de utilitarismo, a arquitetura romana aproxima-se da moderna mais do que qualquer outra antiga. Além do mais, foram os romanos grandes engenheiros e resolveram certos problemas de engenharia de pontes e aquedutos por métodos ainda hoje úteis.

3.23.2009

CARNAVAL 2009


Adicionar imagemO Carnaval da Escola
Tema do 7ºA: A Morte saiu à rua