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3.29.2009

A Arte Gótica:

No princípio do século XII, a Arte Românica começa a transformar-se na Arte Gótica.Tendo aparecido na França, na região de Ile de France, onde se encontra Paris, o gótico desenvolve-se dos séculos XII ao XVI, quando as suas formas são substituídas pelas formas da Renascença (1500 - 1600), que se inspira no classicismo greco-romano. Ao lado do bizantino e do românico, o gótico é assim a última grande arte cristã da Idade Média.Dos anos de 1200 a 1400, a pintura européia pode ser caracterizada por laboriosa libertação de duas influências dominadoras - a dos mosaicos e ícones bizantinos, muito convencionais e rígidos, e das miniaturas, isto é, as ilustrações feitas à mão dos livros medievais, como sabemos igualmente confeccionadas à mão.A arquitetura gótica retirou às paredes a função de sustentação que desempenhavam na arquitetura românica. Não poderia ser, portanto, uma arquitetura favorável ao desenvolvimento da pintura mural. Não oferecia aos pintores as superfícies proporcionadas pelos arquitetos românicos. Por outro lado, no interior das catedrais e igrejas góticas, dificilmente as cores de um quadro ou de um afresco poderiam resistir ao intenso e feérico esplendor dos vitrais, sob constantes mutações luminosas e coloridas, conforme a direção dos raios solares. A aplicação da pintura, nas catedrais e igrejas, atravessadas da luminosidade dos vitrais, faz-se a rigor apenas para realçar partes e elementos da arquitetura. As nervuras dos arcos cruzados, por exemplo, são às vezes pintadas de dourado sobre o fundo azul da superfície das abóbodas. Também recebiam coloridos adequados os capitéis e mesmo as estátuas. A realidade é que nos dois primeiros séculos góticos a pintura não pode ser considerada existente nos monumentos religiosos.Onde iremos encontrá-la, a partir do século XIII, será nos monumentos civis, residências senhoriais, palácios e castelos, cuja arquitetura oferece maiores superfícies. Mas aí passa a sofrer a concorrência dos tapetes na decoração mural. A tapeçaria, desenvolveu-se nos séculos góticos. Além de sua beleza própria, resultante do material e da técnica, o tapete oferecia outras vantagens sobre o afresco, que havia sido a decoração pictória românica. Servia para diminuir a umidade dos muros no inverno, sendo mais facilmente transportável, de castelo a castelo, nas constantes andanças das cortes e senhores.As grandes salas dos palácios e castelos recebiam, porém, ao lado dos tapetes, decorações murais. Muitas desapareceram por obra do tempo ou em conseqüências de reformas e ampliações. No velho Palácio do Louvre, em Paris, no reinado de Carlos V, havia afrescos. No castelo dos Papas, em Avignon, existem outros, executados por Simone Martini, inspirado artista da cidade de Siena, que encontraremos na pintura gótica italiana. Deve acentuar-se que estes afrescos, mesmo nos monumentos civis, começaram a aparecer n século XIV, antes predominava a tapeçariaÀ medida que a sociedade européia começa a emergir da economia agrária e artesanal da primeira Idade Média, para alcançar a economia manufatureira e mercantilista da Renascença, começas também a desaparecer as formas artísticas correspondentes, que na pintura se expressavam justamente pelos estilos românico e bizantino. As influências bizantinas fizeram-se sentir mais no sul e no oriente europeu, ao passo que a das miniaturas nos países do norte. Os pintores nórdicos são mais minuciosos, amigos do detalhe, pouco sintéticos, com se as suas pinturas, iguais ás ilustrações dos livros fossem para ser vistas de perto ou cheiradas, com diria Rembrandt.O pintor gótico do norte da Europa é assim bastante analítico e, pela veemência do sentimento religioso ainda muito simbólico e deformador das imagens da realidade. Mas, está voltado, gradualmente, à observação da natureza, à representação realista do mundo, à base de sensações. Não é mais o místico bizantino ou românico, que representa a realidade à base de sentimentos e idéias religiosas, carregando-se de simbolismo volta a transmitir a ilusão do espaço e do volume, aplicando a perspectiva e o claro-escuro, assim como maior realismo na paisagem e nos movimentos do corpo humano.Na última fase da pintura gótica, nos anos de 1400 a 1500 aparecem os pintores chamados pré-renascentistas, porque anunciadores da Renascença. Distinguem-se por progressiva libertação do convencionalismo bizantino e da minúcia oriunda das miniaturas. Os italianos Giotto (1266 - 1336) e Masaccio (1401 -1428) antecipam essa libertação.Na transição da pintura gótica para a pintura renascentista, ocorre acontecimento de enormes conseqüências na técnica de pintar - descobre-se ou aperfeiçoa-se a pintura a óleo, isto é, as tintas dissolvidas no óleo de linhaça, atribui-se esta descoberta ou aperfeiçoamento aos flamengos chamados Van Eyck, Humbert e Jean (1390 - 1441), autores de obras celebradas pela precisão da análise, segurança técnica, colorido e perfeita conservação ainda hoje.

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